O que as vidraçarias precisam saber sobre esses dois nomes de vidros: vidro Blindex e vidro temperado
Há alguns anos, quando algum produto ou processo de manufatura eram lançados, costumava-se associar o seu nome ao da empresa responsável por sua fabricação ou comercialização. O hábito fazia parte de uma estratégia publicitária para introduzir o novo produto no mercado, mostrar a sua função, aplicação e o direcionar ao seu público-alvo.
Logo, as pessoas passaram a chamar haste de algodão de Cotonete, lâmina de barbear de Gillette, esponja de aço de Bombril e, assim, sucessivamente.
No mercado vidreiro não foi diferente, já que muitos consumidores e, até mesmo, alguns vidraceiros ainda identificam o vidro temperado como vidro Blindex.
Esse tipo de material chegou ao mercado brasileiro em 1937, trazido pela indústria Santa Marina. Mas foi somente em 1951, quando a Santa Lúcia lançou a marca Blindex, que o produto tornou-se sinônimo de vidro temperado.
Sendo assim, é correto dizer todo vidro Blindex passou pelo processo de têmpera, mas nem todo vidro temperado é da marca Blindex.
Antes de sua introdução, o mercado nacional da construção só trabalhava com vidro plano comum, cuja resistência atinge, no máximo, 400 kgf/cm², enquanto que a do vidro temperado pode oferecer até 1400kgf/cm².
Tal qualidade é obtida por meio da têmpera, processo que consiste em aquecer o material até uma temperatura crítica e depois resfriá-lo rapidamente. A têmpera no vidro produz um sistema de tensões que aumenta a resistência, isso acontece porque o vidro, como a maior parte dos materiais frágeis, tem grande resistência à compressão e pouca resistência à tração.
A qualidade de um vidro temperado é expressa por um teste que inclui, dentro de outras análises, a contagem da fragmentação em caso de quebra, o que atesta a segurança do produto. Devido às tensões induzidas no vidro temperado, quando este se rompe em qualquer ponto, toda a chapa se quebra em pequenos fragmentos sem arestas cortantes e lascas pontiagudas, menos suscetíveis a causar ferimentos.
Um item importante para a compra do vidro é saber a sua procedência. As vidraçarias precisam verificar a qualidade do material comprado e uma maneira simples é conferir se o vidro possui o selo do Inmetro, que audita e verifica se os testes estão em conformidade com a NBR 14698. A adequação à norma garante, entre outras características, o grau de resistência do vidro temperado ao empeno, e também resguarda a vidraçaria de ter algum problema com o consumidor.
O vidro temperado também pode ser combinado com o vidro laminado ou além do insulado ou até mesmo o vidro de controle solar, conferindo outras funções ao produto como segurança quanto à segurança patrimonial e dos usuários, além de possibilidades de agregar função de conforto térmico e acústico.