Materiais de acabamento para hospitais

Materiais de acabamento para hospitais: normas técnicas para usar o produto correto

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  • 26, janeiro 2021
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Em um ambiente de saúde, como clínicas e hospitais, qualquer detalhe pode fazer a diferença no bom atendimento e cuidado aos pacientes, por isso a projeção minuciosa e manutenção das dependências hospitalares é fundamental para proporcionar um local acolhedor e responsável com pautas sanitárias.

Ao trabalhar em um projeto hospitalar há questões essenciais como a escolha do vidro – levando em consideração a radiação em determinadas dependências – tintas, pisos e rodapés. Os quatro itens dizem muito sobre a segurança e, devido a isso, estão mencionados em normas técnicas que precisam ser seguidas. 

Neste artigo, vamos destrinchar os quatro temas informando as questões de segurança necessárias para cada um!

Um dos princípios ao desenvolver um bom projeto arquitetônico hospitalar é entender como irá funcionar e quais serão os serviços que vão ocorrer em cada um dos espaços para torná-los flexíveis e adequados. 

As equipes precisam estar em constante comunicação com os fornecedores que terão demandas particularmente específicas.

A assepsia em hospitais é fundamental para evitar a propagação de doenças. Por essa razão, há critérios na escolha dos acabamentos. A utilização de materiais que sejam de fácil limpeza, não porosos e que estejam de acordo com a vigilância sanitária de cada estado são os recomendados.

Normas técnicas para uso de materiais de acabamento em hospitais

Tintas

A tinta hospitalar é um produto especial para ambientes que necessitam de higienização com a finalidade de eliminar possíveis contaminações em hospitais, centros cirúrgicos, consultórios e outros. 

A função do produto é impedir a proliferação de microrganismos a partir da tecnologia que desnatura a parede e a membrana celular das bactérias, impedindo sua divisão celular. 

A tinta especial para hospital está disponível em diversas variações de modelo: antialérgicas e anti-mofo, que são mais fáceis de limpar e, como falamos, evitam a proliferação de bactérias, essencial para ambientes hospitalares. No entanto, há uma diferença nos ambientes hospitalares que deve ser considerada, como informações sobre o local.

Se o ambiente estiver ocupado, a tinta especial hospitalar deve ser sem odor e de secagem rápida, o que evita o incomodo e complicações em pacientes. Por isso, o pintor capacitado deve realizar esta projeção antes de iniciar qualquer trabalho.

Alta cobertura e resistência 

Linhas de tinta hospitalar apresentam alta cobertura e resistência que proporciona fácil limpeza, pois é feita a base de uma composição de cloreto de prata em dióxido de titânio. O produto é desenvolvido de acordo com as normas e com alto grau de fungicidas e bactericidas que diminuem a proliferação de mofo e bactérias.

No mercado é possível encontrar uma vasta listagem de cores e tons. 

Piso

O que a Anvisa determina para pisos hospitalares? 

A RDC 50, apresentada pela Anvisa, define que em áreas críticas ou que exigem muito cuidado, os pisos devem ter impermeabilidade menor ou igual a 4%. Também orienta a utilização do piso vinílico em manta, uma vez que é um tipo mais econômico e duradouro.

Para a norma, a área crítica é qualquer ambiente com alto risco de contaminação e infecção, como UTIs, salas de cirurgias, bancos de sangue e similares. Havendo ainda a semicrítica que são locais como ambulatórios e enfermarias.

O revestimento do piso deve ser resistente para que a limpeza com uso de produtos não comprometa a sua qualidade. Além disso, é aconselhado ser monolítico, ou seja, não pode possuir emendas ou juntas, assim não acumula sujeiras.

De acordo com a Anvisa, há uma única proibição: não se pode usar cimento para o rejunte de peça em áreas críticas sem que haja um agente anti absorvente. Isso devido ao acúmulo de impurezas. 

Locais que merecem atenção redobrada

Rampas

O material do piso não pode ser escorregadio, justamente para evitar qualquer tipo de acidente na área.

Escadas

As escadas do hospital possuem uma recomendação específica da Anvisa: o piso do degrau precisa de um revestimento antiderrapante, além de não possuir espelho vazado.

Rodapés

Os rodapés também necessitam de uma atenção especial pois precisam permitir a limpeza completa do ambiente hospitalar. Vamos falar mais a seguir! 

Opção mais certeira de piso hospitalar

Seguindo todas as exigências estabelecidas pela Anvisa, o melhor tipo de piso hospitalar é aquele que apresenta alta durabilidade, resistência e fácil limpeza contra fungos e bactérias. Nossa dica é investir no piso vinílico em manta para priorizar a segurança do ambiente.

Rodapé

A obra para clínicas e hospitais geralmente demanda peculiaridades, por exemplo, no rodapé. A norma RDC 50/2002 aponta que a execução da junção entre o rodapé e o piso deve ser de tal forma que contemple a limpeza total. 

Rodapés precisam ter arredondamento acentuado. Se apresentarem outro formato serão de difícil acesso para o processo de limpeza do local, quer seja ele feito por enceradeiras ou mesmo por rodos ou vassouras envolvidos por panos. Além disso, deve-se ter atenção à união do rodapé com a parede de modo que os dois estejam alinhados, evitando-se o tradicional ressalto do rodapé que permite o acúmulo de pó. 

Uma das soluções indicadas no mercado é usar o piso vinílico para hospital, pois esse tipo de revestimento não propaga fungos e bactérias e é antialérgico. Sua limpeza também pode ser feita apenas com água e detergente neutro, o que torna o custo benefício mais vantajoso.

Rodapé para piso de hospital

Opções de vidros 

Vidro termo-acústico

O vidro termo-acústico apresenta alto desempenho no controle sonoro e isolamento térmico – se somado aos vidros de controle solar. Por essas características, é muito indicado para fachadas ou coberturas e divisórias internas de hospitais.

O modelo ainda pode ser aplicado com persiana interna, o que garante durabilidade e elimina a sujeira das lâminas que ficam vedadas na câmara de ar entre as peças. Dessa forma, o acionamento do vidro pode ser manual ou motorizado.

Vidro inteligente

Ele permite a integração segura com o paciente, devido a sua tecnologia em cristal líquido (LCD) que transforma o vidro de cor branca translúcida em incolor em apenas um toque (botão instalado). Assim, é possível dispensar o uso de cortinas e persianas, já eliminando um acúmulo de bactérias. 

A alternativa PrivacyGlass® pode ser aplicada em divisórias de UTI, centros cirúrgicos, quartos de isolamento, berçários e consultórios médicos.

Vidro Polarizado Privacy Glass

Também pode ser encontrado no mercado vidreiro uma opção não prevista na norma, chamada “multicristal” ou “multilaminado” feita a partir da junção de vários vidros comuns incolores que não atende à NBR 61.338. Por não conter chumbo em sua composição, o vidro precisa ter uma espessura muito maior. Mesmo assim, não consegue atingir nem a metade da atenuação do vidro plumbífero – que analisaremos a seguir.

Detalhes do vidro plumbífero

O vidro plumbífero Corning® Med-X® apresenta chumbo em sua composição com o objetivo de barrar a radiação de equipamentos de raio-X usados em diagnósticos médicos. O modelo é fabricado por meio de estiramento vertical. Nesse processo, a chapa é fisgada por uma longa isca, à qual adere, sendo então esticada verticalmente com o uso de roletes.

O resultado final é transparente para garantir a integração visual, ao mesmo tempo que oferece proteção radiológica de alta qualidade e alta eficiência de blindagem. 

Instalação e manutenção

Na instalação e manutenção das peças, as bordas do vidro precisam estar revestidas pelas blindagens existentes do sistema, sejam elas de chumbo ou de argamassa baritada para evitar pontos de fuga de radiação. A implementação no local deve ser feita com calços e folgas adequados, como qualquer outro vidro. 

Já para a limpeza, use apenas água, um detergente suave e um pano macio. Se for necessário desinfetá-lo, consulte o fornecedor. Uma dica importante é nunca expor o vidro plumbífero a mudanças de temperatura ou umidade. 

Plumbífero vs. multicristal

É de extrema importância escolher o vidro plumbífero para blindagem radiológica em vez dos chamados multicristais (produzidos com a união diversas peças comuns de vidro). O segundo não é eficiente para blindagem de radiações ionizantes diretas – somente indiretas. 

Dependendo da posição do equipamento, a radiação vai ultrapassar a barreira. Não à toa, a NBR IEC 61331 estabelece que as placas de vidro para proteção radiológica devem ter transparência maior do que 85% e conter chumbo na proporção de, no mínimo, 22% de sua espessura. 

Como vimos, a segurança do paciente e do profissional de saúde, seja em um hospital, clínica ou em laboratórios, depende de um ambiente extremamente limpo e com projeções especiais. Ou seja, a qualidade do material e sua facilidade de higienização são pontos obrigatórios para garantir processos seguros e ágeis! 

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