As antigas fachadas continham estruturas de alumínio visíveis e aplicadas em um conceito chamado grid (ou cortina). O sistema marcava as juntas do vidro do lado externo e, assim, as fachadas eram formadas por uma coluna de alumínio fixada em locais estruturais da edificação.
Com o passar do tempo, as estruturas foram sendo posicionadas na área interna, valorizando o vidro. Dessa forma, surgiram as conhecidas peles de vidro, responsáveis por deixar a fachada mais limpa. No início, as instalações eram mecânicas, com o vidro encaixilhado, mas posteriormente surgiu o método glazing. Neste modelo, a chapa é fixada quimicamente e colada através de adesivos, camuflando o alumínio. Atualmente, esta é a técnica mais tradicional.
A fachada de pele de vidro apresenta um maior valor quando comparada a outros sistemas convencionais. Porém, mesmo com esta “desvantagem”, é a alternativa mais presente em prédios, estádios e museus, por exemplo. Além de sua modernidade, o método agiliza a obra por seguir um melhor processo de linha de produção. Ou seja, o custo é compensado pela rapidez de conclusão de projeto, além de economizar em recursos.
Vale atenção redobrada para a equipe escalada para projetos com esta técnica, pois ela exige maior capacitação dos profissionais.
A grande vantagem da fachada de pele de vidro é proporcionar uma estética diferenciada e de alta qualidade. Pode-se utilizar variedades de cores, até mais de um tom na mesma construção, e inovar com outros elementos como granito e cerâmica.
Inicialmente, o sistema mais usado era o sistema stick, no qual a instalação da fachada é processada em etapas, peça por peça. Sua construção completa é efetuada pelo lado externo do edifício, o que exige maior precisão e cuidado nas medições prévias. Em geral, são instaladas com o auxílio de um andaime.
Por outro lado, a fachada unitizada é a mais atual em termos de tecnologia e inovação. Sua montagem é realizada pelo lado interno do local, fornecendo, então, maior segurança aos funcionários. Mas, como desvantagem, tem sua logística de montagem e instalação muito mais complexa e acaba por demandar processos específicos para cada projeto.
A unitizada garante maior durabilidade. Já a fachada stick conta com a preferência de muitos projetistas. Por fim, há também o sistema híbrido, que mistura ambos. Neste cenário, em determinados espaços, a instalação pode seguir tanto o esquema unitizado, quanto o stick.
Entre as três opções, a unitizada é a que apresenta um custo um pouco maior, o que se torna justo por sua velocidade de instalação ser três vezes maior que a stick. Além disso, ela utiliza menos acessórios e menos mão de obra. Vale ter em mente em sua vidraçaria que a fachada stick é mais usual em obras de áreas pequenas.
Como alertamos, o processo é complexo e envolve uma equipe com diversos profissionais: engenheiros, arquitetos, especificadores, fiscais e instaladores. Todos precisam estar devidamente capacitados, pois a atividade proporciona um risco e exige equipamentos adequados. Um dos principais erros é não prezar por uma fita de qualidade, por exemplo. Nestes casos, o vidro pode cair e comprometer a segurança dos funcionários.
As fitas dupla face de espuma acrílica e alta resistência, conhecidas por VHB e 3M, estão sendo cada vez mais procuradas para substituírem os fixadores mecânicos tradicionais – parafusos, pregos, rebites e soldas. Esse material tem a capacidade de unir de forma permanente diversos materiais (alumínio, aço, vidro e plástico) e ainda proporciona soluções para diversas aplicações.
VHB é uma alternativa de alta resistência e, além disso, conta com ótima durabilidade e resistência à água, sujeira, poeira e químicas. Esta movimentação na construção civil vem acompanhada de mudanças também na aviação: alguns fabricantes de aviões trocaram o uso de rebites para fixar as tiras de acabamento nas asas por fita dupla face neste modelo.
Versátil, o silicone é utilizado como selante estrutural para vedar vidros, esquadrias e juntas de dilatação em fachadas. Além disso, seu papel também é resistir às variações de temperatura e às pressões de vento, assim como as fitas, claro.
Porém, a escolha de um silicone de qualquer estilo pode proporcionar falhas na adesão e no descolamento, ressecamento e rompimento de vidros. Ou seja, silicones de má qualidade podem comprometer a segurança de sua obra, você deverá prezar por bons fornecedores em sua vidraçaria.
Entre o estrutural, neutro e acético, o primeiro é sempre a opção que deverá ser considerada. Isso porque o silicone estrutural exerce melhor sua função quando usado para união química de vidros em fachadas.
A opção é indicada para vedações em geral e interage positivamente com todos os estilos de vidro, mas não entrega a segurança e resistência do silicone estrutural.
Este é usado em pequenas vedações (internas ou externas) e ambientes com alta umidade. Ao contrário do anterior, o modelo só pode ser utilizado em chapas comuns pois libera ácidos que reagem contra o PVB e provocam manchas. Sendo assim, nada de usá-lo em peças laminadas!
Esse material é produzido para colar com excelência o vidro no alumínio em sistemas de fachadas de pele de vidro ou vedações de coberturas e guarda-corpos. O produto apresenta características que agregam resistência mecânica ao esforço e intemperismo.
Com o silicone estrutural, há a certeza de que nunca haverá um descolamento, mesmo em contato com umidade, água, diferentes temperaturas e impactos físicos. Porém, em contrapartida, sua cura é mais lenta.
Seu alto desempenho dependerá de uma aplicação bem realizada e da quantidade correta a ser usada, o que deve ser calculado por um profissional especializado. Quando fabricado por empresas certificadas e consumido corretamente, não há falhas.
Para a instalação, além da escolha correta do silicone, os substratos precisam estar completamente limpos, secos e isentos de qualquer selante antigo. E, além destas recomendações, é aconselhável conversar com o fabricante.
De acordo com Alexandre Bonato, gerente de obras da PKO, ambos os métodos são corriqueiros na construção civil e não apresentam nenhuma adstringência um em relação ao outro. Se a escolha for decidida por valores, o especialista já alerta que também não apresentam grandes diferenças de custo. “Entre as pequenas distinções, podemos dizer que a fita dupla face VHB entrega uma instalação mais limpa em comparação ao silicone estrutural, que precisará espatular. E, por esta questão de maior praticidade e velocidade de serviço, a fita pode apresentar um preço um pouco mais alto no mercado”, conclui.
Posto isto, o importante é ter em mente que cada caso é um caso e a escolha deve partir de um planejamento entre a equipe da vidraçaria, arquitetos e cliente.