Além da utilização do vidro adequado, algo primordial ao realizar um projeto, o cálculo correto da espessura de vidro também deve ser prioridade, já que ao ser menosprezado pode não só comprometer a obra, como causar acidentes. Por essa razão, este artigo reúne uma série de orientações para a atividade e esclarece mais dúvidas sobre o tema.
Em relação a espessura das peças, há equipes e consumidores que optam por medidas menores, já que estas apresentam valores mais baixos no mercado. Porém, ao diminuir a espessura, você diminui também a resistência da chapa e ela deixa de ser uma opção para funções mais exigentes – e passa a ser um perigo.
Outro possível erro, agora tratando-se de espessuras mais grossas, é que as placas se tornam mais pesadas e as estruturas podem não suportar. Sendo assim, neste extremo, também existe a possibilidade de acidentes e prejuízos.
Dessa forma, podemos observar o quão indispensável é o cálculo correto para espessuras de vidro.
Para realizá-lo da maneira certa é necessário levar em consideração uma série de fatores: tamanho e peso da peça, modelo do vidro, forma de fixação, força do vento, clima da região e mais aspectos influenciadores. Tendo isso em mente, o ponto inicial para evitar erros é estar de acordo com as normas técnicas, neste caso a “NBR 7199 – Projeto, execução e aplicação de vidro na Construção Civil” e a “NBR 6123 – Forças devidas ao vento em edificações”.
“Os casos mais comuns de erros são de ‘aventureiros’ não capacitados para a definição deste tipo de estrutura que podem superdimensionar um elemento de fechamento com vidros ou definir uma espessura abaixo do ideal”, diz Dener Barros, especificador técnico da PKO.
A seguir, apresentaremos tanto o modo de calcular a espessura do vidro, como o que pode acontecer em situações de resultados incorretos, e os erros mais comuns que devem ser evitados.
Calcular a espessura de uma chapa de vidro exige uma série de detalhes que, ao serem informados incorretamente, podem interferir negativamente em todo o projeto. Além disso, cada função exige a reunião de diferentes dados.
Tampos de vidro, pisos, box de banheiro, visores de piscina, aquários e espelhos demandam observações distintas entre si, unindo os fatores que citamos na introdução: tamanho e peso da peça, modelo, forma de fixação, pressão do vento e exposição a mudanças de temperatura e outros aspectos.
E, com a tecnologia, há softwares que cumprem perfeitamente o papel de auxiliar o profissional em todo o cálculo, como o da Cebrace ou a Calculadora de Espessura de Vidros da PKO – ambos proporcionam medidas certeiras.
Para incorporar uma técnica de cálculo em sua vidraçaria, podemos resumir sete passos para você reunir todas as informações necessárias:
“É preciso sempre levar em consideração um coeficiente de segurança, prever qualquer tipo de intervenção que possa causar a quebra por ação de uma força aplicada à peça e manter contato com quem vai executar o trabalho de esquadria, pois a forma com que as peças serão encaixilhadas e a quantidade de apoios são variáveis que devemos considerar para o cálculo da espessura”, indica Dener.
Para evitar erros e estar dentro das regras do segmento vidreiro, o caminho mais eficaz é utilizar a fórmula presente na “NBR 7199 – Projeto, execução e aplicações de vidro na construção civil”. E, além da base, ter em mente as condições próprias de cada projeto.
De acordo com a norma ABNT, cada 1mm de espessura de m² tem 2,5 kg. Sendo assim, a fórmula apresentada consiste em largura x altura x KG da espessura = peso do vidro.
Ou seja:
O vidro é um material muito pesado e todas as suas medidas devem ser consideradas – inclusive, desde o transporte para evitar quebras.
Em se tratando do peso, destacamos que a instalação das peças recebe apoio de uma estrutura, e conhecer a carga de cada item é essencial para calcular o quão resistente deve ser seu sustento. Afinal, é preciso assegurar a chapa no lugar para evitar acidentes.
Para evitar possíveis problemas e prejuízos, deve-se seguir as normas ABNTs e contar com profissionais qualificados. Este é o caminho mais certeiro para garantir a segurança de todos.
Este cálculo é um dos primeiros a ser efetuado para definir as espessuras de um vidro. Isso porque a medida em questão está relacionada à força do vento contra a peça. E, assim como há calculadoras para outras demandas, há simuladores que visam ajudar os vidraceiros nesta especificação. A PKO disponibiliza um Simulados de Vidros para a demanda.
Neste caso, é necessário o auxílio de um profissional experiente ou fornecedor qualificado, pois o cálculo exige a combinação de diversas normas referentes a fixação e estruturas.
Sim! A espessura de um vidro está totalmente relacionada à resistência da peça para a aplicação. Ao errar, sua segurança será afetada.
“A ruptura do vidro é o ápice final do problema, e o que todos não desejam. Além disso, uma estrutura mal calculada pode gerar desconfortos visuais, como perceber o ‘embarrigamento’, ou seja, a flexão da peça, devido a ação dos ventos. O erro de cálculo pode acontecer em um superdimensionamento também, onde se gasta muito mais com um vidro que poderia ser menos espesso”, explica o especificador técnico.
De acordo com Dener, o erro mais comum no dimensionamento dos vidros é a definição da pressão do vento. Como a norma de auxílio ao cálculo da pressão é muito antiga – final da década de 1980, a realidade temporal é bem diferente da prevista. Na atualidade, há ações de ventos mais acentuadas em regiões do País em que isso não era tão agravante há algum tempo. Ou seja, podem ocasionar resultados equivocados.
Além desta questão, separamos duas regras que não devem ser deixadas de lado:
A falta de atenção às especificações representa uma grande perda, como desperdício de matéria-prima e tempo. O primeiro passo é verificar se o tamanho e as características dos vidros combinam com o projeto e se a fábrica pode entregar.
Outro detalhe importante é verificar se as aberturas, molduras e ferragens são adequadas ao tamanho e às características do modelo selecionado. Por exemplo: se o projeto prevê uma porta de grande porte para a área externa da casa, para suportar o peso, é necessária uma dobradiça especial.
As folgas são importantes, já que tanto o vidro quanto os componentes podem se expandir e se mover com as mudanças de temperatura – o que pode afetar a instalação. Sendo assim, recomenda-se deixar uma folga de pelo menos 5 mm.
Já a medida da borda deve ser de pelo menos 3 mm, e da lateral de pelo menos 2 mm. Isso de acordo com a NBR 10821, que prevê que a folga da borda lateral deve absorver as tolerâncias de fabricação do vidro e da moldura, bem como a dilatação térmica do material.
Grande parte dos clientes não se preocupam com a espessura dos vidros, especialmente quando a aplicação é considerada simples, como espessura do vidro do box, por exemplo. Porém, quando mal calculadas, elas representam sérios riscos. Como vimos ao longo do artigo, há uma série de requisitos a serem analisados para chegar às medidas corretas de cada instalação.
Um vidro com função de box de banho e espessura fina pode se repartir facilmente por não apresentar resistência. E, por outro extremo, uma peça pesada não é suportada pela estrutura de aço inox que se rompe, também ocasionando um acidente. O perigo é imenso.
Não à toa, além dos cálculos corretos na instalação, é necessária a manutenção de tempos em tempos para analisar se a fixação contínua é eficaz. Este é um problema não perceptível no dia a dia e, por isso, demanda um profissional.