O uso dos vidros na construção civil é cada vez mais frequente. Isso deve-se a versatilidade de aplicações e a grande opção de materiais que agregam desempenhos diferenciados. As normas do bombeiro para vidros e as normas da ABNT regulam o seu uso, portanto, é imprescindível analisá-la antes da instalação do produto.
Confira a seguir os principais tipos de vidro de segurança e de resistência ao fogo, além das principais normas do bombeiro para vidros que regulamentam seus usos.
O vidro laminado Laminak trata-se da junção de duas lâminas de vidro com um intercalante, normalmente PVB ou Sentryglas®. Suas principais características são: redução dos riscos de acidentes causados pela quebra, pois mantém os fragmentos de vidro presos a película, em casos de quebra; aumento da segurança patrimonial; bloqueio de até 99,6% da radiação ultravioleta; grande variedade de cores; maior isolamento acústico em relação ao vidro comum.
O vidro temperado têm maior resistência à compressão e pouca resistência à tração devido ao processo de aquecimento crítico e resfriamento rápido, produzindo um sistema de tensões no material. Dentre suas características, podemos destacar: cinco vezes mais resistentes que um vidro comum de mesma espessura; quando se rompe em qualquer ponto, toda a peça se quebra em pequenos fragmentos com o mínimo de arestas; é mais resistente a variações de temperatura.
O vidro aramado é um impresso composto por uma rede metálica de malha quadriculada incorporada à sua massa durante o seu processo de fabricação. Seus principais benefícios são: manter os estilhaços de vidro presos a rede metálica, em caso de quebras; por ser translúcido, proporciona privacidade aos ambientes; apresenta resistência ao fogo, prevenindo passagem de chamas e fumaça.
A NBR 7199 – Vidros na construção civil — Projeto, execução e aplicações, da ABNT, especifica os tipos de uso para os vidros de segurança.
De acordo com suas especificações, o vidro laminado Laminak é usado para aplicações encaixilhadas ou coladas: coberturas, marquises, claraboias, fachadas inclinadas, pisos, degraus, visores de piscina, aquários, portas, vitrinas, divisórias, janelas projetantes sem limitadores, fachadas verticais em qualquer situação e guarda-corpos encaixilhados.
Já o vidro temperado é usado para aplicações autoportantes e/ou com ferragens: portas, vitrinas, janelas projetantes com limitador a 25cm da fachada e fachadas acima do pavimento térreo (acima de 1,1m em relação ao piso).
O vidro aramado é indicado para coberturas, marquises, claraboias e fachadas inclinadas (vidros não verticais), guarda-corpos, portas, vitrinas, divisórias e janelas projetantes sem limitador.
Outro dado fundamental para a especificação dos vidros de segurança é o cálculo de espessura para pressão do vento. Baseado nas normas NBR 7199 – Projeto, execução e aplicações de vidro na construção civil e NBR 6123 – Forças devidas ao vento em edificações, trata-se de algo complexo, com aproximadamente 13 páginas destinadas a saber como fazer a medição de espessura de vidro.
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No estado de São Paulo, as informações sobre vidros foram incluídas nas ITs 1 (Procedimentos Administrativos), 9 (Compartimentação Horizontal e Compartimentação Vertical) e 11 (Saídas de emergência em edificações). Na ITs 1 (Procedimentos Administrativos), por exemplo, o responsável técnico pela obra deverá verificar se o vidro utilizado está de acordo com a norma.
De acordo com a IT nº 11, a iluminação natural das caixas de escadas enclausuradas, quando houver, deve ter caixilho guarnecido com vidro transparente ou não, laminado ou aramado, malha de 12,5mm, com espessura mínima de 6,5mm. Já as guardas construídas por balaustradas, grades, telas e assemelhados, isto é, as guardas vazadas devem: ter balaústres verticais, longarinas verticais, grades, telas, vidros de segurança – laminado ou aramado e outros, de modo que uma esfera de 15cm de diâmetro não possa passar por nenhuma abertura.
Já no estado de Santa Catarina, de acordo com a Instrução Normativa 18 – Controle de Materiais de Acabamento, da Diretoria De Atividades Técnicas (DAT), do Corpo de Bombeiros Militar, o uso de vidros em guarda-corpo deve obedecer às características mínimas e dimensões para vidros laminado ou aramado.
O vidro corta-fogo é multilaminado com uma camada intermediária composta por gel intumescente que, em contato com o fogo, reage e se expande. É possível encontra-lo também insulado, com câmara de vácuo para retardar ainda mais a propagação de calor.
Sua principal função é bloquear a irradiação do calor, chamas, fumaça e gases, em caso de incêndios, mantendo as chamas e o calor longe dos usuários. Em geral, o material consegue resistir de 15 a 120 minutos, dependendo da aplicação e das normas do bombeiro para vidros específicas.
Já o vidro antichamas é monolítico e temperado feito à base de borosilicato. Devido ao processo da têmpera, ele tem função de reter as chamas em caso de incêndio, além de proteger contra chamas e fumaça. Dependendo da exigência do bombeiro, ele pode funcionar por 30, 60, 90 ou 120 minutos.
Segundo com a ABNT, NBR 14925 – Unidades envidraçadas resistentes ao fogo para uso em edificações, é preciso que toda a unidade envidraçada seja testada e certificada, considerando, inclusive, as dimensões ensaiadas. Vale ressaltar que esse conjunto é composto por vidros, caixilhos, tamanho do painel, método de fixação e tipo de construção adjacente.
As unidades envidraçadas são classificadas, de acordo com essa norma, como:
RE – vidros para-chamas: garantem resistência mecânica e bloqueio das chamas, fumaças e gases tóxicos
REI – vidros corta-fogo; além dos benefícios da classe RE, proporciona também o isolamento térmico, barrando a radiação de calor
Já a ABNT NBR 11742 — Porta corta-fogo para saída de emergência, é fundamental que as dimensões sejam definidas de acordo com as características e limitações construtivas do material.
É fundamental que a especificação do tipo ideal de vidro resistente ao fogo leve em conta as normas técnicas existentes e também as norma dos bombeiros para vidros, definidas com as instruções técnicas (Its) definidas pelo decreto 56819/2011.
Essas novas Its trazem possibilidades de incluir os vidros corta-fogo e para-chamas na proteção de aberturas que exijam materiais com essas propriedades, como átrios, por exemplo.