As esquadrias são as molduras de janelas, portas, portões e venezianas que apresentam como função garantir tanto a ventilação do espaço, como a vedação dos ambientes – protegendo contra água e ventos, reduzindo o ruído externo, controlando a passagem de luz e temperatura, e proporcionando privacidade às áreas internas.
As peças podem ser fabricadas de diversos materiais de acordo com a demanda do projeto, o local, a estética, o orçamento e a durabilidade desejada.
Quando falamos de estética, é porque antes de dar “cara” ao planejamento, será preciso escolher as janelas e portas que serão usadas na obra ou reforma. Além dos papéis técnicos como ventilação e insolação, as esquadrias podem contribuir ao cômodo como elementos decorativos. Assim sendo, há fatores primordiais como o material, abertura, o uso e o visual que estas irão proporcionar para a obra – unindo funcionalidade, resistência e custo benefício.
O utensílio pode ser adquirido pronto, em lojas de materiais de construção ou desenvolvidos sob medida por profissionais especializados no segmento. As matérias-primas disponíveis no mercado são o aço, a madeira, o alumínio, o PVC ou o vidro – a seguir falaremos de cada especificação. Mas, já adiantando, se a escolha for por esquadrias fabricadas em madeira, é importante priorizar as de reflorestamento.
O ponto inicial a ser considerado é o estilo de esquadria. Será levado em consideração questões como o uso e o desempenho esperado. Uma questão a sempre se ter atenção em condomínios, por conta das fachadas uniformes em prédios, na troca de janelas em apartamentos é obrigatório acompanhar o manual técnico da construtora e verificar as regras de condomínio, pois muitas vezes é proibido se distinguir do padrão.
Já em reformas de casas, o fundamental é optar por um modelo que combine com a arquitetura, cor e acabamento das portas e janelas.
Abaixo, veremos as características de cada um dos cinco materiais de esquadrias utilizados na construção civil.
Para a escolha desses materiais é preciso ficar atento às condições únicas dos ambientes. Em locais externos, por exemplo, será essencial utilizar opções mais resistentes às mudanças de clima e umidade – esquadrias de madeira expostas ao sol e chuva tendem a estufar ou manchar, mas há saídas, como a madeira maciça que apresenta durabilidade a longo prazo.
Versáteis, as esquadrias de aço ou ferro são as mais tradicionais. O modelo registra um bom preço no mercado e aceita diversos sistemas de abertura. Podem ser usadas prontas ou confeccionadas sob medida, conforme dito na introdução.
Porém, como desvantagem, apresenta baixa resistência à oxidação e enferrujam com facilidade, o que demanda maior atenção à manutenção. Por conta dessa característica, não são indicadas em áreas litorâneas.
Costumam registrar um preço superior em comparação a anterior, mas também demandam menos manutenção. As esquadrias de alumínio são resistentes e duráveis (ótimas alternativas para áreas externas) e são encontradas em diversas cores.
Como contrapartida aos benefícios, o baixo isolamento termoacústico pode ser um incômodo no conforto da casa – o que pode ser resolvido com o emprego de vidros duplos e perfis maiores que melhoram a performance.
“O PVC, por ser um produto mais dinâmico, torna-se mais atual que as demais esquadrias e consegue em menor tempo se adequar a novos métodos construtivos”, introduz Ronnie Girardi, da Belvedere Esquadrias.
O material ganha espaço no mercado por conta de sua alta resistência, durabilidade e por não necessitar de muita manutenção. As peças são, internamente, estruturadas em aço e produzidas em diferentes tons – podem até mesmo simular um efeito madeira. Ele é considerado mais caro e, por conta disso, menos acessível.
“O PVC, sem dúvidas, é o melhor produto para atenuação acústica e conforto térmico. Esse benefício vem desde sua composição, já que é um produto isolante ao contrário do alumínio que são condutores. Além disso, possui câmaras internas que atenuam ainda mais as ondas sonoras e retém o calor. Um teste simples para sua eficácia é colocar um perfil de alumínio ao sol e fazer o mesmo com o perfil de pvc e, em seguida, colocar a mão. O PVC foi criado para ter toda a eficiência”, explica em seguida.
Sofisticadas e versáteis, as opções de madeira dão um toque muito elegante às edificações e asseguram conforto térmico e acústico. Como ponto negativo, assim como o ferro, necessitam de manutenção periódica. Além disso, aplicação rotineira de vernizes e cuidados contra cupins.
“Essa esquadria é um produto que quando bem produzida passa a ter baixa manutenção. No entanto, não é indicada para locais com umidade. Também deve ser exigida madeiras de alta densidade, o que fará toda diferença na qualidade do produto”, aconselha Ronnie.
O vidro irá depender de sua maior resistência. O mais indicado são perfis metálicos mais finos e que integram ambientes internos e externos sem muitas interferências visuais. Sua perda é por não compor todos os sistemas de abertura, pois são mais frágeis a impactos.
Porém o vidro temperado pode ser usado em caixilharia, o que significa que a chapa é envolvida em seus quatro lados por perfis de alumínio ou PVC, como diz Girardi: “Ele torna-se bastante seguro com a junção dos materiais. Outra opção bacana são os laminados temperados que são bem eficientes”.
É importante passar para o cliente que cada material precisa de um produto específico para sua limpeza – o melhor caminho é consultar com o fabricante as orientações sobre cada processo.
As fabricadas em aço, por exemplo, necessitam de prevenção para evitar o aparecimento de ferrugem, e para as de madeira é essencial que recebam acabamento adequado para suportar os efeitos do clima.
Outro cuidado diz respeito aos tamanhos dos vãos e as escolhas de abertura, que devem ser bem calculados e executados para evitar a entrada do frio ou a baixa iluminação. “Para as aberturas o indicado é sempre o bem projetado, o melhor conselho nestes casos é uma conversa com o arquiteto”, garante Ronnie.
Além do material, as esquadrias apresentam as seguintes alternativas de sistemas de abertura:
Na instalação, é extremamente necessário seguir as instruções dos manuais de orientação dos produtos caso as peças sejam compradas prontas. Isso, claro, além de contratar um profissional que tome todos os cuidados para a colocação correta. “O indicado é sempre instalar as esquadrias após os vãos estarem arrematados e pintados, salvando de eventuais problemas como arranhões, manchas ou mais danificações”, esclarece o entrevistado.
Ou seja, as portas e as janelas só devem ser instaladas quando toda a parte de alvenaria estiver pronta. Assim evitando entortar ou prejudicar o funcionamento da abertura. Também é importante, como profissional, instruir as demais equipes que não se deve assentar tijolos diretamente sobre o utensílio, colocar calços no meio de sua base ou forçar os perfis.
Durante a instalação, é o momento onde devem ser consideradas as dimensões com folgas nos vãos, o nivelamento, o alinhamento das superfícies, preservando o seu bom funcionamento.
Em casos de armazenamento, caso a esquadria não seja inserida de imediato, deve ser guardada longe de ambientes úmidos e de produtos químicos, como ácidos, solventes, materiais como cal e cimento. Também não é uma possibilidade empilhá-las, pois pode ocorrer danificações.
Assista também ao vídeo sobre os diferentes tipos de esquadrias