eBook: Manutenção do Vidro Laminado

O vidro laminado possui uma limpeza simples, mas seu armazenamento, instalação e manutenção devem receber a devida atenção para evitar danos ao material

Performance termo-acústica, proteção contra a entrada de raios ultravioleta, integração de espaços, segurança e outras vantagens fazem do vidro laminado um dos materiais mais utilizados na construção civil.

Porém, mesmo com sua popularização, o material exige cuidados especiais no armazenamento, limpeza, manutenção e, claro, no corte e lapidação. Negligenciar um desses pontos – seja em fachadas de alto desempenho, sacadas ou boxes para banheiros – pode comprometer o desempenho do produto e até mesmo colocar em risco a proteção dos usuários.

Este guia reúne dicas e instruções com as principais recomendações responsáveis pelo prolongamento da vida útil de uma chapa de vidro laminado durante o pré e pós-instalação.

Armazenamento

O armazenamento adequado garante a integridade do material, evitando quebras e ações de deterioração causadas pelo tempo. Para reduzir perdas e defeitos, o primeiro passo é se certificar de seguir todas as instruções informadas pelo fornecedor da peça. Os itens abaixo correspondem às melhores técnicas de armazenamento para vidros.

Cavaletes

Um dos mais famosos equipamentos de armazenamento e manuseio de vidro. As peças devem seguir sempre o mesmo ângulo de armazenamento, 4 ou 6 graus. Todas as partes em contato com a chapa devem ser protegidas com borracha – a fixação desta deve ser realizada com um adesivo adequado. 

Colares

Desenvolvido especificamente para o transporte de vidros, o utensílio também pode ser usado durante o armazenamento. Como dica extra, é importante manter o piso nivelado e resistente ao peso gerado por cada colar. 

Espaçadores

São usados para evitar atrito entre os vidros. Geralmente, o modelo mais utilizado é o fabricado com isopor. A dica fundamental a ser seguida é utilizar pelo menos três espaçadores em cada pilha para a melhor distribuição de peso.

Paliteiros

O armazenamento em pilhas de peças é visto como a técnica tradicional do setor. Para que funcione, cada grupo deve ser apoiado individualmente em duas hastes metálicas, diminuindo a carga concentrada. Sua área de base e hastes também devem ser protegidas por borrachas. O paliteiro apresenta maior mobilidade, podendo ser montado e desmontado facilmente.

A importância do armazenamento também no transporte

Use equipamentos designados para manusear o produto e evitar o máximo de danos, como riscos e quebras. Saber manipular as peças garantirá que este seja entregue aos clientes com a qualidade garantida e livre de arranhões ou rachaduras.

Cinta de aço: para que serve?

A cinta de aço é reconhecida por ser a maneira mais segura de movimentar pilhas de vidros – pode ser adaptada para empilhadeiras e pontes rolantes, por exemplo. No mercado, é possível encontrá-la revestida em feltro ou carpete, sendo que ambos ajudam a melhorar sua durabilidade e desempenho.

Outra recomendação aos profissionais da área é usar os equipamentos de proteção individual recomendados, como óculos de segurança, luvas, capacetes e botas.

Inclusive, o balancete também é essencial no manuseio das chapas laminadas, este nada mais é do que um dispositivo indicado para mover apenas placas de vidro.

Limpeza do Vidro Laminado

Cuidados básicos

Vale reforçar que o vidro laminado é um dos tipos mais resistentes do mercado e, por isso, é considerado uma opção de segurança por muitos. Isso significa que o modelo pode ser utilizado em portas, janelas, degraus, coberturas, clarabóias, vitrines, fachadas e outros. A sua limpeza não é difícil de ser realizada, basta alguns truques simples para que o vidro fique limpo e sem nenhuma marca indesejada.

Porém, em inúmeros casos, o vidro laminado pode ficar manchado ou sujo durante seu dia a dia. Para evitar qualquer má impressão, as instruções do fabricante e da empresa processadora devem ser seguidas à risca.

Quanto à secagem, por exemplo, a regra é usar um pano seco e macio para evitar manchas. Já para resíduos de difícil remoção, recomenda-se limpar a superfície com uma esponja macia e sabão neutro, ou um produto específico e água morna. Nunca deve-se usar da força para retirar as impurezas ou da superfície áspera de uma esponja, assim como materiais ácidos, alcalinos ou à base de petróleo (gasolina e querosene) e fluidos de isqueiro.

Além disso, realizar a limpeza dos vidros laminados em dias nublados pode apresentar uma eficácia superior devido ao tempo maior que os produtos levam para ficarem totalmente secos em sua superfície, o que permite que a finalização adequada com o pano seja realizada.

Manutenção diária

Limpe o vidro laminado com um pano úmido, água e sabão. Caso prefira ou precise de um produto específico, o mais recomendado é usar um removedor de manchas para alcançar as áreas mais difíceis e retirar o aspecto gorduroso do vidro. A limpeza das janelas deve ser feita sempre de baixo para cima. Isso ajuda a evitar uma aparência embaçada. Por fim, atente-se também ao cuidado adequado com ácidos, que podem corroer o vidro ao longo do tempo e danificar sua aparência.

Fachadas de vidro laminado e a limpeza adequada
Com exposição a poeira, fuligem e outros, pode ser difícil manter as fachadas dos edifícios sempre limpas. Porém, é um trabalho necessário, afinal a estrutura serve como um “cartão de visita” responsável ​​pela identidade arquitetônica do lugar. Não só isso, também desempenha um papel importante na iluminação, ruído e proteção solar dos edifícios. Por isso, o processo de limpeza deve ser realizado por profissionais – ou seja, uma equipe especializada nesse tipo de trabalho deve ser contratada pela administração do condomínio.

Assim como nos itens anteriores, serão utilizados: sabão neutro, água, esponjas, panos e outros produtos mais específicos que ajudam na tarefa. Soluções abrasivas são estritamente proibidas, pois podem riscar ou corroer o esmalte. A limpeza deve ser feita pelo menos duas vezes por ano. No entanto, a frequência pode variar dependendo da localização do prédio. 

Higienização dos boxes de banheiro

Todas as peças devem ser revisadas anualmente de acordo com a ABNT NBR 14207/2009. Isso inclui vidro, travas de segurança, aparadores, trilhos, suportes de parede, travas de suporte, alças e dobradiças. Durante a manutenção, o técnico também verificará a exatidão de todos os sistemas de fixação, o estado de conservação das peças e outras medidas. Se necessário, os componentes devem ser substituídos imediatamente com o fabricante. Outra dica, para prolongar a vida útil do produto é evitar choques, estresse mecânico excessivo e contato com materiais mais duros ao abrir ou fechar a porta. 

Para limpar corretamente, assim como os itens anteriores, tudo o que você precisa é de água, sabão e um detergente neutro – ou outros produtos específicos para limpeza de vidros.

O que não pode ser feito durante a limpeza de um vidro laminado?

Além das já citadas, outras orientações devem ser seguidas para manter a integridade do material por mais tempo. E isso inclui seguir o aviso contra marcações de superfície como gesso, fita adesiva e o uso de colas de origem desconhecida para o isolamento. Infelizmente, esta é uma prática comum durante a construção e pode causar danos irreparáveis ​​ao material. Por essa razão, é importante que o profissional nunca se esqueça que os produtos de limpeza não devem ser colocados diretamente na superfície. As bordas do vidro laminado requerem mais atenção, pois o uso inadequado do produto ou método pode danificar a superfície causando delaminação.

Recomenda-se também analisar a origem do produto ou equipamento sugerido para complementar o processo de limpeza e seguir as instruções do fabricante para o uso adequado. Se ainda tiver dúvidas sobre a utilização, não teste o produto sem consultar o fabricante.

Manutenção do vidro laminado

Para o especificador técnico da PKO, Dener Barros, existem cuidados que devem ser seguidos para garantir uma vida duradoura à peça, como: ser bem especificado para que os esforços que serão exigidos não sejam maiores do que o vidro suporta e ter sua higienização realizada com certa periodicidade para evitar acúmulos de poeiras, fungos, sujeiras que podem prejudicar o funcionamento dos sistemas e danificar sua estética. 

“A manutenção de limpeza deve ser feita por uma equipe especializada à medida que se identifica sujeira no vidro, o que é muito relativo de acordo com o local da construção, clima, sistema e aplicação, mas geralmente ocorre uma ou duas vezes ao ano em grandes edifícios”, completa o especialista.

Já para os boxes, Dener reforça que o intervalo mais indicado para uma boa vistoria é de apenas um ano.

Norma específica

Não existe uma norma específica que aborde a limpeza ou manutenção dos vidros de fachadas ou coberturas, porém, qualquer um desses dois processos realizado em altura, deve seguir as recomendações de segurança da NR 35.

Informações do fabricante e etiquetas de identificação

A NBR 7199, versão válida desde 2016, impôs algumas recomendações de boas práticas em relação às etiquetas coladas nas peças de vidros. Essas, além de serem de fácil remoção, devem conter informações importantes sobre o vidro que está sendo identificado, como sua espessura, cor, composição e dimensões. Em caso de vidros revestidos (refletivos), a etiqueta ajudará o instalador a identificar o lado que deve estar voltado para o externo. Por isso, as etiquetas devem estar coladas na face externa. Em casos específicos onde as cores do envidraçamento precisam seguir um padrão arquitetônico exigido pelo cliente, o lado da etiqueta deve ser combinado previamente entre o beneficiário e o consumidor para a correta identificação.

Corte e lapidação

“Para que o produto seja considerado um produto de qualidade, todos os processos que envolvem seu desenvolvimento devem funcionar perfeitamente. O processo de corte é a etapa inicial no beneficiamento do vidro e, consequentemente, um ponto primordial para a qualidade do produto”, explica o especificador.

Aliás, o termo “cortar” é muito usado no setor, porém o vidro não é de fato cortado. Com uma ferramenta específica para riscar sua superfície, cria-se uma linha de fragilidade onde é possível destacar o vidro no local demarcado. Essa ferramenta precisa estar em bom estado para garantir que ele possa percorrer com facilidade a superfície do vidro e riscá-la de forma precisa.

Vidro laminado e PVB: como deve ser o processo de corte?

O corte em chapas de vidro já laminadas deve ser efetuado com muito cuidado. O ideal é que seja realizado de forma automática, porém, também é possível de forma manual. O vidro laminado é composto por duas lâminas de vidros unidas por um Interlayer, esse Interlayer é sensível a alguns agentes e por isso se torna uma parte delicada do conjunto.

O procedimento de corte deve ser feito por um profissional, explica Dener: “Primeiro, ele deve definir, com uma régua, as dimensões a serem riscadas. Logo após, deverá riscar um lado do vidro – o processo deve ser feito na outra face, coincidindo os dois traços lineares paralelamente. Com um leve impacto no local demarcado o vidro será destacado, porém ainda estará preso ao Interlayer, que deve ser destacado com lâminas sem o uso de nenhum agente químico, estes podem causar uma reação e, possivelmente, a delaminação do vidro”. 

Como deve ser feita a lapidação das peças?

Processo utilizado para modelagem de vidros, a lapidação tem a capacidade de remover cortes nas bordas das chapas de vidro. E, além de dar acabamento, aumenta a resistência do material a trincas e quebras, tornando-o mais seguro de ser manuseado.

Como o nome sugere, a lapidação é o processo de corte de vidro, assim como uma pedra preciosa. O corte do vidro realça o material e agrega valor ao produto.

Atualmente mais desenvolvido, o processo que antes era feito com discos de ferro fundido com pedras ou areia, hoje é realizado por rebolos diamantados pressionados manualmente contra a superfície do vidro. No caso de corte com máquina automática, o vidro é movido para ser lapidado.

Este processo remove o brilho do vidro, por isso, na etapa final, um rebolo também é usado para restaurar o tom natural do vidro. O vidro é um material valioso que traz complexidade ao ambiente, por isso precisa ter um acabamento luminoso, com perfeita simetria e estética, para que sua aplicação esteja alinhada ao objetivo do projeto. A lapidação é especialmente útil para espelhos, tampos de mesa e mais obras de arte com vidro.